domingo, 21 de agosto de 2011

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Análise Fundamental


A Análise Fundamental é um processo de avaliação do valor de uma empresa e, consequentemente, do valor das suas acções, mediante a análise detalhada da respectiva situação económica e financeira actual e previsão da situação futura.
A Análise Fundamental consiste na análise dos balanços, contas e resultados; activos e passivos; condições de concorrência; comparação com concorrentes do mesmo sector, perspectivas; movimentos dos accionistas internos e rácios.

A Análise Fundamental serve-se de uma bateria de rácios, alguns dos quais vou descrever a seguir.

1. PER (price to earnings ratio)
Obtém-se através da divisão cotação/EPS (earning per share=lucro por acção).
PER indica dois valores importantes: Por um lado o valor obtido representa o “preço” do lucro de uma unidade monetária, por outro lado também representa a quantidade de anos necessários para reaver o seu capital investido mantendo as cotações fixas e não tendo rendimentos extra como os dividendos.
PER baixo é uma boa indicação de compra.
Em alturas do enchimento de bolhas financeiras, de optimismo e euforia, os preços podem subir irracionalmente devido a sobrevalorização, o que pode levar o PER para valores mais elevados. Desta forma PER alto indica (1)sobrevalorização ou (2) lucro por acção muito baixo.


2. PCF (price cash flow)
Obtém-se através da divisão cotação/cash flow por acção. Cash flow representa a soma entre amortizações e variação de provisões (provisões por seu lado representam empréstimos “perdidos”, ou seja, empréstimos que a empresa espera não serem devolvidos.
PCF indica a rentabilidade potencial da acção. O indicador de PCF mais baixo significa maior potencial da valorização.


3. PBV (price book value)
Calcula-se através da cotação/valor contabilístico (obtém-se por dividir a situação líquida=capitais próprios por número de acções)
PBV mais baixo significa maior perspectiva de valorização futura. Por outro lado, quanto maior for esse rácio, maior será o afastamento da cotação do valor contabilístico e quando este indicador é alto é sinal de inflação de preços.
PBV menor que 1 demonstra má situação financeira ou falta de confiança, mas por outro lado indica grande potencial de ganho e , consequentemente, alto risco acrescido. É resultado da transacção da empresa abaixo do seu valor contabilístico. PBV negativo significa falência técnica, porque a situação líquida da empresa é negativa. Transacções mais seguras são aquelas em que PBV varia entre 1 e 3.


4. PCD (price cash dividend) /Dividend Yield
Cotação/dividendo
PCD mais baixo significa maiores rentabilidades com dividendos. Ou seja, PCD mais baixo torna o activo mais interessante, embora não indica se a empresa é, ou não é saudável.
Em anos de lucro elevado as empresas optam, muitas vezes, por aumentar as reservas; logo não aumentam os dividendos ou podem vir a baixa-los. Em anos menos bons pode haver maior redistribuição. Isto leva a crer que PCD alto significa maiores lucros (o lucro é canalizado para reservas/investimentos »» dividendo mantém-se ou desce »» PCD sobe)
O inverso do PCD é o Dividend Yield (dividendo/cotação)


5. Pay-Out
Dividendo/lucro por acção
Uma empresa “preocupada” com os seus accionistas terá um pay-out mais elevado. Este rácio é importante para investimentos de médio/longo prazo (pois é neste tipo de investimentos que os dividendos terão maior peso nos lucros do investidor).
Ao contrário do PCD, o pay-out mais alto não significa maior ou menor constituição das reservas.
Na minha perspectiva este indicador (que vai a par com o PCD) é mais demonstrativo, pois indica um valor “real” (porque o lucro líquido é real), enquanto o PCD trabalha com a relação dividendo-cotação, podendo a cotação ser mais alta que o valor real.


6. ROE (return on equity)
Lucro líquido anual/Capital investido pelos accionistas
Indica a rentabilidade de uma empresa.


7. ROM (Return on Market Value)
Lucro/Capitalização bolsista=cotação x número de acções.
Quanto maior for o ROM, melhor.


8. PEG (price earnings growth)
PER/Crescimento liquido.
Quanto mais pequeno for o PEG de uma acção, mais barata ela está.
Este dado pode indicar (1) altura favorável para abertura da posição no activo, ou (2) subvalorização do activo que pode provir do pessimismo e/ou falta de confiança.


9. TMS (turnover médio por sessão)
Somatório dos Turnover/número de sessões (turnover=cotação x volume)
TMS é um indicador de liquidez, quanto mais alto for maior é a liquidez, daí o activo ser mais atractivo nestas circunstâncias.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ACÇÕES (dicionário do grupo)

Este tipo de activo representa o capital social da empresa que os emite. As acções são emitidas no caso da empresa necessitar de se financiar sem recorrer ao dinheiro emprestado.
As acções são transaccionadas na bolsa de valores, onde a sua valorização está sujeite à oscilações constantes. Estas mudanças periódicas no preço dependem de vários factores. A relação entre a procura (pedidos de compra) e a oferta (pedidos de venda) são um dos determinantes dessas oscilações. Volume é um indicador importante, pois representa a quantidade de acções transaccionadas na bolsa. O valor das acções varia cada segundo, por isso tendo perdas na abertura da sessão não quer dizer que o resultado no fecho será o mesmo.
É importante referir dois tipos de análise bolsista:
Análise Fundamental - utilizada para calcular o valor da acção (determinar se o activo é sobrevalorizado, subvalorizado, ou está cotado a um valor justo). Esta analise utiliza rácios tais como PER, EBITDA, PBV, PEG, etcetcetc Existem os mais variados rácios, cada um determina um valor importante, por exemplo, PER (ou P/E ratio - price to earnings ratio) determina dois valores importantes: o "preço" de cada unidade monetária do lucro da empresa e a quantidade de anos que o investidor necessitaria para reaver o capital investido sem ter em conta lucros adicionais como dividendos e imaginando que o preço do activo mantem-se constante. O estudo dos “fundamentos” da empresa é efectuado, essencialmente, pela análise dos balanços e contas de resultados, activos e passivos; condições de concorrência; perspectivas; actuação dos accionistas principais; e, finalmente, rácios, como já foi afirmado atrás.
Análise Técnica - esta análise baseia-se na relação oferta/procura e parte do princípio de que os movimentos históricos tendem a repetir-se. A análise técnica tenta prever a tendência através de métodos matemáticos. Existe ainda a análise cartista que se baseia nas figuras que são desenhadas a partir dos gráficos (são exemplos os triângulos e losangos, que são chamados diamantes). Esta análise financeira baseia-se em três premissas: (1) O mercado sabe o que faz; (2) A evolução dos preços repete-se historicamente; (3) Os preços seguem sempre uma tendência, que pode ser calculada matematicamente.
A Análise Técnica tem ganhado relevo nos últimos tempos, embora a Análise Fundamental tem mais lógica.
Há três conceitos ligados às acções: SEGURANÇAS, LIQUIDEZ e LUCRO.

Mais a frente iremos colocar mais informação sobre este tema.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

OBRIGAÇÕES (dicionário do grupo)

Obrigações - Estes activos são títulos de dívida de uma entidade. Existem obrigações privadas e públicas. As obrigações podem apresentar vários prazos de devolução do empréstimo. Estes prazos, habitualmente, rondam os 2 e os 10 anos, embora existem obrigações de curto prazo (de 1 ano) ou ainda de longo prazo (por exemplo de 15 ou 20 anos). É de salientar que existem obrigações com níveis de risco variados. As obrigações públicas ou privadas do nível AAA, AA, A ou BBB são obrigações com taxas mais reduzidas mas que oferecem risco quase nulo ou mesmo nulo. As obrigações com classificação BB, B, CCC, CC são de cariz mais especulativo, oferecendo maiores taxas, mas também maiores riscos. Por fim as obrigações com ranting C, SD e D são as chamadas "junk bonds" que praticam taxas elevadíssimas, mas em contrapartida o risco associado é muitissimo elevado.

Outra característica importante a salientar é o tipo de taxa praticada. A taxa pode ser de dois tipos:
  • Taxa fixa - obrigações deste tipo são vantagosas se, a prazo, as taxas de juro descerem. Isso porque a taxa concordada na data de aquisição irá manter-se sempre até expiração do prémio, e se as taxas descerem a partir da data da aquisição, as obrigações em questão permitirão maiores prémios daí a subida do seu preço no mercado obrigacionista.
  • Taxa variável - neste caso o investidor será prejudicado se a evolução das taxas de juro for descendente, pois a taxa com que se iniciou a posição era superior que a prazo. Este tipo de obrigações são compradas por investidores que aguardam subida de taxas de juro. Este processo tem maior probabilidade de acontecer na retoma economica depois de uma queda. A situação actual seria favorável para o investimento nestes activos, pois com o abrandamento da crise actual e um certo "renascimento" da economia mundial é de esperar uma subida de taxas de juros daqui há 3-4 anos.

O maior perigo associado às obrigações é a alteração brusca na conjuntura económica. No caso das obrigações privadas, a falência do emitente levará à perda total do capital investido por parte do investidor. Nas obrigações públicas, o risco associado é menor, no entanto altos níveis de inflação poderão "queimar" ou mesmo "evaporar" o juro.

As obrigações dizem-se activos bastante seguros, no entanto obrigações de muito longo prazo como as de 10% ou 20% são bastante arriscadas. Imagine que um engenheiro sem qualquer conhecimento financeiro adequire obrigações, pois disseram lhe que é uma aplicação segura. O objectivo dele é que até a altura da sua reforma essas obrigações lhe acumulem alguns juros, por isso adequire obrigações públicas (certificados de aforro) com prazo de 20 anos. Na altura de aquisição o país vive um crescimento espectacular com PIB a aumentar mais de 10% ao ano. O engenheiro está muito contente porque quando for para a reforma terá dinheiro suficiente para fazer viagens e acabar a velhice sem problemas financeiros. Mas algo de imprevisto aconteceu - nem os melhores eoconomistas o conseguiram fazer - depois de um crescimento extraordinário, o país onde o engenheiro vive entrou num período de inflação galopante. O que acontece com os rendimentos "seguros" provenientes das obrigações? Eis o que acontece, o engenheiro recebe 5% de prémio por ano (o que é uma taxa bastante elevada para obrigações públicas), mas os preços para os produtos de primeira necessidade sobem 20% no mesmo espaço de tempo, e aí o pobre engenheiro percebe que em vez de ter rendimento garantido durante 20 anos, tem perdas no valor de 15% anualmente. Pobre engenheiro, já não poderá fazer viagens, nem viver a velhice como ele queria.

Em resumo, a aplicação das poupanças em obrigações/certificados de aforro pode ser bastante arriscada. O risco cresce com o prazo - quanto maior o prazo de devolução, mais arriscado é aplicar o capital em obrigações.

Bons investimentos!!!

VFS

A constituição do portfólio virtual é um dos objectivos principais do nosso trabalho. Nesta experiência esperamos aprender o processo de investimento, as particularidades do mercado portugues e outras matérias importantes que devem ser conhecidas por todos aqueles que querem dedicar algum do seu tempo à bolsa.

O nosso objectivo não é generalizar, mas pelo contrário, ir ao pormenor da questão para perceber o tema por dentro.

Começamos a experiência por escolher o nome do nosso portfólio: VFS que significa «VIRTUAL FINANCE SOLUTIONS» e provem do nome dos três elementos do grupo: Vasile, Fábio e Serghei.

O próximo passo a dar é iniciar o nosso estudo da bolsa portuguesa (iremos transaccionar activos portugueses, somente, preferencialmente acções).
Iremos actualizar o blogue com qualquer novidade e explicar todos os progressos. Se não haverem novidades na questão do portfólio iremos adicionar dados estatísticos, teóricos e outros não relacionados com o portfólio.

Introdução&Objectivos

No ambito da disciplina de Area de Projecto decidimos realizar um trabalho na área financeira.

O título do blogue (e do trabalho) fala por si, o mercado e mais propriamente a Bolsa são o elemento fundamental para o desenvolvimento social, económico e político do país.
Na nossa opinião as pessoas desvalorizam e/ou desconheçem a importância da Bolsa no quatidiano de cada um de nós. É verdade que as oscilações bolsistas diárias são especulativas e psicológicas e influênciam pouco o nosso quatidiano, mas a evolução da economia está estritamente ligada a "saúde" da Bolsa e é desta forma que qualquer pessoa é influenciada pelo mercado.

Os nossos objectivos são demonstrar a importância atrás descrita e tornar este tema mais interessante, pois, pelo que temos observado até hoje a área financeira e a actividade bolsista tem mã fama entre os jovens da nossa idade.

O nosso trabalho irá englobar três esferas:
  1. Teórica
  2. Historial
  3. Prática

Na parte teórica iremos estudar as várias estratégias especulativas, sua aplicação na bolsa e outras matérias de cariz teórica mas com algum sentido na aplicação real. Iremos igualmente investigar a história da jovem bolsa portuguesa e as raízes da bolsa. Finalmente, na parte prática (e a mais importante) iremos realizar várias actividades com a turma, iremos constituír um portfólio virtual (com o objectivo de aprender o processo de investimento, de forma a aproximar a nossa experiência à realidade) e aplicar os conhecimentos adequeridos na parte teórica na prática.

Para que o nosso trabalho seja mais dinâmico e vivo iremos estudar a bolsa portuguesa e levar sempre um paralelo real, pois o nosso objectivo principal é adequerir conhecimento aplicável a prática e partilha-lo com os interessados.

12ºF